Uma das hipóteses é de que a Lua tivesse sido formada em alguma outra parte do sistema e, ao vagar pelo espaço, em algum ponto remoto do passado, acabou sendo capturada pela força gravitacional da Terra, do mesmo modo que aconteceu com Fobos e Deimos, ao redor de Marte. A outra é de que a Terra e Lua teriam se formado lado a lado, no mesmo processo que deu origem aos planetas vizinhos. No entanto, cálculos mostram que um nascimento assim dificilmente pode ser compatibilizado com os padrões vistos hoje na Lua, em termos de massa e características orbitais.
Os astrônomos passaram séculos perdidos entre essas ideias. Isso até 1975, quando os americanos William Hartmann e Donald Davis, revivendo noções primeiro aventadas nos anos 1940, mas nunca levadas realmente a sério, apresentaram a teoria que assumiria a liderança entre as candidatas à formação lunar. Já munidos das informações obtidas pelos astronautas que foram até a Lua, que revelaram detalhes sobre o interior lunar e sua baixa quantidade de ferro (comparada ao que há no núcleo dos planetas rochosos), eles sugeriram que o sistema Terra-Lua tenha sido fruto de um gigantesco acidente de trânsito cósmico. Durante os estágios finais de formação da Terra, há 4,6 bilhões de anos, um objeto do tamanho de um planeta como Marte (que tem cerca de 6.800 km de diâmetro) teria se chocado com o nosso, espalhando material dos dois corpos em órbita. Em pouco tempo, essa massa ejetada teria se reorganizado para produzir a Lua. Como a Terra já estava quase “pronta” no momento da colisão, o impacto não teria sido capaz de arrancar uma parte do ferro contido em seu núcleo, explicando o porquê da pequena quantidade dessa substância e a baixa densidade média da Lua, apesar dos diversos parentescos em outros elementos compartilhados pelos dois astros.
Hoje, essa é a teoria mais aceita para o surgimento da Lua, embora ainda faltem provas definitivas de que as coisas de fato aconteceram deste modo. Mas, mesmo que a teoria não esteja 100% comprovada, ela nos fala de um perigo bem real – talvez o maior fator transformador da história da vida na Terra não tenha sido a presença constante do Sol ou da Lua, mas, o potencial de devastação causado pelos impactos siderais. De tempos em tempos, eles acontecem, e, ao menos até agora, não há nada que se possa fazer para evitá-los.
Não seria exagero dizer que esses acidentes provocaram extinções em massa mais de uma vez na Terra e deram verdadeiros “pitacos” na seta de evolução, culminando no surgimento do homem. Gostemos ou não, estamos aqui somente porque um gigantesco corpo espacial acabou com a “festa” dos dinossauros, 65 milhões de anos atrás.
Dinossauros que me desculpem...mas adoreih isso tudo! ^^
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