sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Último Dia Dos Dinossauros


Há 65 milhões de anos, os dinossauros dominavam a Terra. Essas criaturas existiam nos mais variados tamanhos (embora o nosso costume seja sempre pensar nos grandalhões) e dominavam muitos dos nichos ecológicos do planeta. Os únicos mamíferos de então eram pequenos, vivendo com muito pouco – foi o que os ajudou a sobreviver depois que um asteroide ou cometa (não se sabe que tipo de objeto) colidiu com a Terra.
A “cicatriz” deixada pelo impacto foi descoberta pelos cientistas na península de Yucatán, no golfo do México. Segundo algumas estimativas feitas por especialistas, devia ser um objeto com 16 quilômetros a 19 quilômetros de diâmetro. O impacto seria equivalente à energia de detonação de 10 milhões a 100 milhões das mais poderosas bombas de hidrogênio já concebidas pelo homem. É um quadro aterrador. A área do impacto, na época, era um mar raso. Mesmo assim, ondas reverberaram pelo oceano e produziram grandes tsunamis, com um quilômetro de altura. No ponto de colisão, ocorreu a formação de uma cratera com centenas de quilômetros. A área ao redor, com mais de mil quilômetros de raio, foi totalmente carbonizada, esterilizada. Mais longe, incêndios foram produzidos, se espalhando por praticamente toda a América do Norte. A poeira levantada pelo impacto transformou o dia em noite, bloqueando a luz do Sol, por um período de dezenas de meses. A poluição atmosférica esfriou o clima repentinamente e gerou chuva ácida, que contaminou os oceanos em escala global. Com a morte de espécies em massa, inclusive de plantas, que dependiam diretamente da luz do Sol, os dinossauros que não foram mortos pelo impacto não tinham como se alimentar. Foi devido a esse episódio fortuito que mamíferos de tamanhos que iam dos de cães aos de elefantes, passando pelo de seres humanos, puderam surgir e progredir. Somos, de certa maneira, produto da interação dos perigos do espaço exterior com a evolução da vida na Terra. Por outro lado, agora, ao estudar o espaço e entender a natureza do perigo, estamos caminhando – ainda que não estejamos 100% seguros – para desenvolver tecnologias que nos protejam contra o futuro impacto de um asteroide. Graças à ciência, estamos começando a reverter o jogo e ditar as regras. Claro, há muito caminho a percorrer até que cheguemos lá, mas certamente não é à toa que o escritor britânico Arthur C. Clarke (1917-2008) avaliou que “os dinossauros morreram porque não tinham um programa espacial”.

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